Houve um tempo em que o slogan da Drogaria Minas Brasil soava quase como um verso de simplicidade: “a única que não tem filial”. Mas o tempo, sábio e implacável, fez brotar em Montes Claros e em todo o sertão norte-mineiro uma nova necessidade. A família Guedes, herdeira de um sonho que nasceu pequeno mas ousado, imprimiu à empresa um ritmo mais arrojado, moderno e cheio de fôlego.
Com quase sete décadas de história, construída tijolo a tijolo, gesto a gesto, a Minas Brasil encontrou no coração de seus diretores — Lyntton, Leandro, Leonardo e Luciano — a força para perpetuar o legado do patriarca Ivan Guedes, homem de sorriso fácil, simplicidade encantadora e visão empreendedora. Mesmo já consagrado, lá estava ele, até os últimos anos de vida, atendendo no balcão da matriz, na esquina da Presidente Vargas com Doutor Santos, como quem dizia: a grandeza de uma empresa se mede no olhar que acolhe cada cliente.
A Drogaria Minas Brasil celebra a inauguração de sua 64ª loja, consolidando sua presença em 17 cidades do sertão norte de Minas Gerais. Com mais de 1.800 colaboradores dedicados, fortalecendo o compromisso em cuidar das comunidades e ampliar possibilidades para todos.
Houve um tempo em que o slogan da Drogaria Minas Brasil soava quase como um verso de simplicidade: “a única que não tem filial”.
Neste último sábado (27/09), tive a felicidade de testemunhar mais um capítulo dessa história: a inauguração da nova loja. Um espaço amplo, moderno, estrategicamente localizado, onde o brilho da festa se misturava ao calor humano do povo. Parceiros e fornecedores marcaram presença, e até o tradicional pastel com caldo de cana servido pelo Pallato Restaurante trouxe ao evento o sabor das coisas simples que unem as pessoas.
Os irmãos Guedes, fiéis ao exemplo do pai, receberam a todos com simpatia e generosidade, participando ativamente de cada momento. E eu, como jornalista e como sertanejo, saí dali com a certeza de que mais empregos, mais oportunidades e mais esperança florescerão para tantas famílias.
Que o nosso sertão norte-mineiro siga abençoado por empresas que, como a Minas Brasil, unem responsabilidade, compromisso e amor ao povo. Parabéns à família Guedes que mantêm viva essa chama de crescimento e humanidade.
O LEGADO DE UM HOMEM SIMPLES E GRANDIOSO
Escrever sobre a história da Drogaria Minas Brasil é, antes de tudo, falar de um homem que se confundia com o próprio sertão: firme, ousado, de mãos calejadas e coração generoso. Ivan de Souza Guedes nasceu em Bocaiúva, mas cedo a vida o pôs na estrada, quando a família se mudou para Jequitaí e depois Coração de Jesus. Com apenas 12 anos, chegou a Montes Claros em 1950, depois de atravessar cidades e sonhos em dois carros de boi, junto dos pais e de dez irmãos. O destino lhes pedia coragem, e coragem foi o que nunca lhes faltou.
Ainda menino, ajudava o pai — o alfaiate autodidata Nino de Souza Guedes. E quando o trabalho não era suficiente em casa, buscava forças no mundo. Foi assim que encontrou seu primeiro ofício na Farmácia São José, do Sr. José Dias de Sá, o “Juca de Chichico”. Ali, aprendeu mais que fórmulas e receitas: aprendeu a arte do cuidado. Passava o dia inteiro de avental branco, até nos horários de almoço. E quando a noite caía, saía de bicicleta pelas ruas de terra para aplicar injeções em domicílio. Não era apenas trabalho: era a alma servindo ao próximo.
Oito anos se passaram e, em 1958, Ivan conquistou seu próprio reconhecimento: a inauguração da primeira loja da Drogaria Minas Brasil, na rua Dr Santos com Padre Augusto. Um espaço de apenas 40m², mas repleto de sonhos e esperança. Anos depois, em um gesto de gratidão e fechamento de um ciclo, adquiriu o ponto comercial onde tudo havia começado, o mesmo doado pelo próprio Juca de Chichico.
Ao lado da esposa, Maria das Mercês, com quem compartilhou a vida e os negócios, Ivan construiu mais que uma farmácia: criou um verdadeiro templo de humanidade. Com seus filhos e uma equipe dedicada, enfrentou crises, superou desafios e, sobretudo, promoveu oportunidades que transformaram vidas.
Mas o que mais impressiona não são os números ou as paredes erguidas. São as histórias que se multiplicam na memória do povo:
— “Ele salvou minha vida quando os médicos não sabiam o que eu tinha” (Jeová Nogueira).
— “Me ajudou a sair das ruas, cuidou dos engraxates nos anos 90 e 2000” (Renato Lopes).
— “Ele atendia com paciência e descobriu que eu e meu irmão tínhamos sarampo, quando ninguém mais sabia” (Márcio Silva).
— “Doava remédios a quem não podia comprar” (Mari Pereira).
— “Deu emprego ao meu filho” (Maria da Paixão Silva).
— “Se preocupava com a pobreza, deixou um legado imenso para Montes Claros” (Gerson Cardoso).
Esses testemunhos são mais que lembranças: são sementes de uma vida vivida em plenitude, onde cada gesto de bondade germinava no coração de alguém.
Hoje, ao revisitar essa trajetória, percebo que Ivan Guedes não foi apenas o fundador da maior rede de drogarias do norte de Minas. Ele foi — e sempre será — o amigo do balcão, o farmacêutico que enxergava o ser humano antes da receita, o homem simples que acreditava que prosperidade só tem sentido quando repartida.
Na memória do povo, permanece a voz do jingle que embalava gerações e gravava o telefone na mente de todos: 3221-2011. Mas, acima de tudo, ecoa a certeza de que sua maior propaganda foi a vida vivida com integridade, generosidade e amor ao próximo.
— Aurélio Vidal