Por Aurélio Vidal
Eu sempre fui um jornalista que acredita no diálogo, na presença, na palavra empenhada. E foi com esse espírito que, durante a campanha de Rodrigo Pacheco para o Senado, eu mesmo estive ao lado dele em várias caminhadas pelo sertão norte-mineiro. Lembro-me nitidamente de um desses encontros: peguei o microfone, diante da multidão, e fiz um clamor sincero — daqueles que saem do peito e ecoam na alma do povo sertanejo.
Pedi a ele que fosse diferente.
Roguei que não fizesse como tantos políticos que surgem no período eleitoral, arrancam votos da esperança e depois desaparecem como poeira levada pelo vento. Pedi que, caso fosse eleito, olhasse para o nosso povo, para as nossas necessidades, para o desenvolvimento que sempre parece chegar para os outros, mas nunca para nós. Quem assistir ao vídeo daquela época — registrado e compartilhado — verá claramente o meu apelo, a confiança que coloquei naquele homem.

Mas o tempo, sempre ele, tratou de revelar a verdade.
O senador Rodrigo Pacheco se afastou rapidamente das bases e se aproximou de onde jamais deveria ter se aliado: a esquerda que hoje domina o Planalto e os setores do STF que, inúmeras vezes, atropelaram a própria vontade dos brasileiros. O mineiro que prometeu independência virou peça submissa de um tabuleiro que não representa Minas Gerais. E a cada voto, a cada gesto, a cada silêncio conveniente, ele traía não só a mim — mas a todo um estado.
Hoje, quando a imprensa anuncia que Lula não indicará Pacheco ao STF, o roteiro parece fechar de forma quase simbólica. Aquele que se curvou por conveniência, acreditando que a lealdade ao poder central lhe renderia prestígio, agora deixa Brasília pela porta dos fundos. Após ouvir pessoalmente do presidente que não ocupará a vaga de Barroso, avisou que pretende encerrar a vida pública ao final do mandato.
Sai não por grandeza, mas por medo.
Sai porque sabe que o povo mineiro não o reconduziria a lugar algum. Sai acovardado, como tantas vezes se comportou. E cai justamente por ter seguido um caminho que desrespeitou seus eleitores — especialmente aqueles do Norte de Minas, que clamaram para que ele fosse a exceção em meio a tantas decepções.
E pensar que Lula ainda o queria como candidato ao Governo de Minas em 2026. Hoje, nem isso faz mais sentido. Pacheco perdeu seu rumo, sua base e sua credibilidade.
Eu, Aurélio Vidal, registro este momento não por vingança, mas por dever histórico. Porque a política precisa ser lembrada pelo que ela realmente é: um terreno onde as promessas têm peso, onde a confiança não é adereço, e onde a traição — cedo ou tarde — cobra seu preço.
E Rodrigo Pacheco, para Minas, ficará marcado como aquilo que se tornou: o maior traidor da política mineira.




