Por Aurélio Vidal – Jornalista e ativista ambiental
Acredito profundamente no turismo como uma poderosa ferramenta de transformação social, econômica e cultural. Aqui, no coração do nosso sertão, onde brotam belezas naturais singulares e uma gente hospitaleira e cheia de histórias, há um potencial gigantesco ainda pouco explorado. Mas é preciso mais do que entusiasmo: é necessário planejamento, investimento e, sobretudo, sensibilidade.
Cada município tem suas peculiaridades, suas tradições e riquezas culturais. Por isso, o turismo precisa ser pensado com base nessa diversidade, respeitando e preservando os saberes e modos de vida locais. É urgente investir em infraestrutura, capacitar profissionais, melhorar os acessos aos atrativos naturais, organizar o receptivo e, acima de tudo, promover de forma estratégica os nossos destinos.
Mas quero destacar aqui um caminho que considero fundamental: o turismo de base comunitária. Ele não é apenas uma alternativa; é o diferencial que pode tornar o nosso cerrado um exemplo de turismo sustentável e autêntico. Esse modelo valoriza o que temos de mais precioso — o nosso povo. Ele coloca o sertanejo no centro do processo, promovendo sua autonomia e gerando renda de forma digna.
O turismo de base comunitária é transformador. Ele impulsiona o desenvolvimento local com respeito à natureza e à cultura. Ao contrário do turismo convencional, não se trata apenas de vender pacotes, mas de compartilhar experiências, contar histórias, viver o lugar com quem realmente o conhece.
Investir nesse modelo é apostar no futuro, é fortalecer a identidade do nosso povo, é proteger o meio ambiente e girar a economia de forma justa. É preciso enxergar o turismo não como um produto, mas como uma ponte entre visitantes e comunidades, entre o presente e um futuro mais sustentável e solidário.
Como idealizador de projetos como o “Circuito Turístico Vale dos Dinossauros” e o roteiro “Caminhos da Fé Sertaneja”, sigo afirmando com convicção: o turismo é mais do que lazer — é instrumento de transformação, pertencimento e justiça territorial.
O sertão tem pressa, tem potência e tem poesia.
E agora, finalmente, começa a ser visto.