(*) Aurélio Vidal
O governo federal estará licitando empresas para realizar a conclusão da Barragem de Jequitaí, no norte de Minas Gerais.
Entretanto, uma notícia como essa, que nos encheria de alegria e trazer desenvolvimento para a nossa região, já não surte mais efeito, pois a conclusão dessa barragem sempre foi utilizada como moeda política em ano eleitoral, como agora em 2024, por exemplo, quando teremos eleições municipais em todo o país.
Fica difícil acreditar.
Só para se ter uma ideia, essa novela já caminha para seus 50 anos e é sempre a mesma história. Além de Jequitaí, outras obras seguem a mesma toada como a Barragem de Berizal, Barragem de Congonhas, Hospital regional do Trauma em Montes Claros, o Minério de Ferro de Rio Pardo. Todas essas obras, inconclusas ou para serem iniciadas, são pautas provocadas pela classe política e utilizadas meramente para movimentação dos candidatos em períodos eleitorais. O objetivo é enganar a população norte mineira, gerando expectativas para o nosso povo e depois buscar canalizar esse sentimento em votos.
Dentre as únicas duas vezes em que o presidente do senado Rodrigo Pacheco esteve em terras do Norte das Minas Gerais após sua eleição como senador, isso em 2019, ele esteve em Montes Claros quando anunciou que iria se comprometer com a retomada dessa importante obra da barragem de Jequitaí, chegando a anunciar, dias depois, recursos na ordem de 50 milhões de reais para a retomada do projeto. Mas como sempre ocorre, ficou apenas na promessa.
Em agosto do ano passado, o governo Federal lançou a licitação para concessão do Projeto Hidroagrícola Jequitaí. Hoje, 5 anos após a promessa do senador Rodrigo Pacheco, o assunto volta a ganhar as manchetes na imprensa nacional.
O governo federal promete que na tarde de amanhã, sexta-feira (1º/3), irá levar a leilão, por R$ 35 milhões, o projeto de construção de uma barragem de usos múltiplos no Rio Jequitaí, no norte de Minas Gerais. O leilão ocorrerá na B3 (BolsadeValore), em São Paulo, a partir das 14h.
Entretanto, percebo que o cidadão do Norte de Minas já não cai mais nesse velho golpe. As obras acima citadas, incluindo ainda a duplicação da BR 251, pavimentação da BR 135 na região de Manga e o asfaltamento de alguns trechos de rodovias estaduais que ainda se encontram em terra batida pelo sertão norte mineiro, só terão créditos e reconhecimento do eleitor após iniciadas, concluídas e entregues.
Será que finalmente essa barragem vai sair do papel? Ou será mais uma falsa promessa em ano eleitoral?
O povo não se deixará enganar mais uma vez!
(*) Empreendedor social e jornalista