(*) Aurélio Vidal
A sub-bacia do Riachão possui uma área total de 1.130 km2 e pertence à bacia do rio Pacuí que é afluente do São Francisco pela margem direita. O rio Riachão nasce na Lagoa Tiririca, cerca de 26 km da área central do município de Montes Claros, norte de Minas Gerais. Seu leito se estende pelos municípios de Mirabela, Coração de
Jesus e Brasília de Minas, percorrendo um trecho de 96 Km, com vários afluentes intermitentes e alguns perenes, tendo ainda como contribuinte a Lagoa do Barro e a vereda Aricuri.
Diversas comunidades rurais situadas ao longo do rio sobrevivem da agricultura familiar com uso das águas do Riachão como Pau D’óleo, Riacho dos Campos, Mandacaru, Dona Delfina, Cantagalo, Lobo, Traçadal, Ponte Grossa, Brejão, Jangada, Fumo, Pindaíba, Tamboril, Alvação, Caiçara, Lamarrão, Córrego D’anta, Riachão, Espora, Salto, Retiro, Areal, Cachoeira, Olho D’água, Atoleiro e Apolinário
Em 1995 o rio Riachão secou pela primeira vez. A partir deste ano as captações de água na Lagoa Tiririca foram sendo substituídas por exploração de água subterrânea, com a instalação de poços tubulares às margens da lagoa. Este fato levou a inúmeros questionamentos sobre a possível interferência dos poços no regime hidrológico do rio Riachão. Em 2002, mais uma vez o rio Riachão voltou a secar abaixo da lagoa da Tiririca, deixando toda uma população sem água para consumo humano, animal e produção agrícola, numa extensão de 70 km.
(*) Empreendedor social e jornalista