Por Aurélio Vidal
Confesso que é um privilégio testemunhar, em pleno sertão norte-mineiro, a chegada de um dos maiores investimentos em economia verde do Brasil. A empresa Acelen Renováveis, controlada pelo fundo árabe Mubadala Capital, já instalou em tempo recorde, na zona rural de Montes Claros, a primeira estrutura do Centro de Inovação e Tecnologia da Macaúba – um verdadeiro marco para o futuro dos biocombustíveis.
Esse projeto não surgiu por acaso. O governo de Minas já havia anunciado a iniciativa durante a COP28, em Dubai, no final de 2023, reforçando o compromisso de Minas Gerais com a sustentabilidade e a atração de investimentos internacionais. Hoje, o que era promessa já se transformou em realidade palpável: um empreendimento com aporte inicial previsto em R$ 125 milhões, mas que, com a rápida evolução, já ultrapassou os R$ 314 milhões em investimentos.
Localizado a cerca de 06 km do distrito de Nova Esperança, o laboratório será dedicado ao desenvolvimento de mudas, melhoramento genético e manejo agronômico da macaúba, planta nativa do Cerrado que vem se revelando uma poderosa fonte de energia limpa. Entre seus subprodutos estão o biodiesel e o combustível sustentável para aviação (SAF), alternativas que reduzem de forma significativa as emissões de gases de efeito estufa.
Não se trata apenas de inovação tecnológica, mas também de oportunidades concretas para nossa gente. O projeto prevê a geração de mais de 260 empregos diretos, além do fortalecimento da economia local e regional. Como bem destacou o vice-governador Professor Mateus, é motivo de celebração ver Minas avançar com tecnologia, qualificação e geração de riqueza em um setor estratégico para o futuro energético do mundo.
O protagonismo do governador Romeu Zema é inegável. Assim como fez com o Lithium Valley Brazil, já consolidado no Vale do Jequitinhonha como referência internacional na cadeia de valor do lítio, Zema tem mostrado que é possível transformar vocações regionais em polos de desenvolvimento socioeconômico. No Jequitinhonha, o lítio; no Norte de Minas, a macaúba. Em comum, a visão de futuro, a desburocratização e a segurança jurídica que tornam Minas um estado atrativo e confiável para investidores globais.
Permita-me um registro pessoal: a primeira vez que pautei o tema da macaúba foi em 2010, quando ocorreu a iniciativa pioneira de estruturação do Programa de Apoio ao Arranjo Produtivo Local (APL) do Coco Macaúba. Esse trabalho, em parceria com a Associação dos Pequenos Produtores Rurais de Riacho D’Anta e Adjacências, buscava incentivar a produção e o beneficiamento sustentável do fruto na microbacia do rio Riachão e região. Hoje, ver que aquela semente plantada há quase duas décadas desabrocha em um projeto global, é para mim motivo de satisfação e orgulho.
a primeira vez que pautei o tema da macaúba foi em 2010, quando ocorreu a iniciativa pioneira de estruturação do Programa de Apoio ao Arranjo Produtivo Local (APL) do Coco Macaúba.
Durante a COP28, o Governo de Minas também promoveu o Minas Day, apresentando ao mundo ações de mitigação das mudanças climáticas, como o Plano de Ação Climática, além de cases de sucesso já em curso. Essa abertura ao diálogo internacional reforçou a imagem do estado como protagonista em sustentabilidade.
Ver um fundo global como o Mubadala fincar raízes aqui, em terras sertanejas, é uma cena que emociona. É o mundo inteiro reconhecendo a força e o potencial de Minas. E eu, como jornalista e mineiro, não poderia deixar de registrar: este é um divisor de águas para o Norte de Minas, que agora se projeta como referência mundial em inovação verde e geração de oportunidades.