(*) Aurélio Vidal
A região norte-mineira, apesar das críticas como lugar pobre, sofrido, seco e improdutivo, imputados à ela ao longo dos anos, atualmente é reconhecida como espaço promissor e produtivo.
Na verdade, aqui nunca foi um lugar pobre.
Sofrido, sim! Pobre nunca!
O cerrado, correspondendo à praticamente 30% do território brasileiro, sempre sofreu com a falta de compromisso dos políticos que nunca se posicionaram de maneira firme nas cobranças de investimentos para viabilizar as necessárias e importantes obras estruturantes que garantissem o desenvolvimento socio-econômico regional.
O Cerrado mineiro, por isso, também sofreu, e sofre mais por conta da indiferença dos governos de Minas Gerais ao longo de décadas. Felizmente, o atual governador Romeu Zema tem tentado de todas as formas mudar este quadro, mas também tem enfrentado a má vontade do legislativo mineiro.
Obras como barragens (algumas ficaram pelo caminho) para o enfretamento da crise hídrica, manutenção e duplicação de rodovias para o escoamento da cadeia produtiva, além dos investimentos na infraestrutura hospitalar para proporcionar saúde ao povo norte mineiro.
Por aqui só chegam paliativos!
Isso por que os nosso representantes sempre se colocaram de joelhos, pedindo, quanto deveriam é ficar de pé e exigir, cobrar!
É uma questão de direito constituído e não de favor!
Entre tantas mazelas, faltou, também, o reconhecimento e a devida valorização do nosso povo.
Infelizmente, o que testemunhamos ao longo dos anos foram políticos se sobrepondo aos interesses da sociedade, invertendo “na maior cara dura”, valores e prioridades”, se preocupando apenas com benefícios pessoais ou de grupos, criando mecanismos para garantir a manutenção de suas bases de apoio político e se perpetuarem no poder. Um dos mais perversos desses mecanismos são as chamadas “Emendas Parlamentares”, mecanismo criado para atender deputados federais e senadores, além de deputados estaduais e, pasmem, vereadores, destinando recursos de monta para obras eleitoreiras.
Devemos ressaltar, no entanto, e pesando de maneira bastante negativa em terras do norte de Minas, a ausência do senso de justiça e da defesa do nosso território. Assim, qualquer um que chega da noite pro dia já quer mandar e desmandar. Instituições governamentais, que além das altas cargas tributárias e ampla burocracia, ainda estabelecem mecanismos perversos para transferir responsabilidades, imputando medo, cobranças e opressão. Tudo para ampliar o peso do fardo nas costas da nossa gente e, consequentemente, ampliar também a fatura para que esse povo, humilde e trabalhador, pague por ela.
São muitos os que gozam de privilégios e poder sem sequer “colocar a mão na massa”. Não produzem nada, a não ser terror, abusos, e submeter o povo ao constrangimento. E como exemplo, cito a lamentável atuação do ICMBio na região do Alto Rio Pardo (busquem saber o que tem ocorrido por lá).
A nossa luta, entretanto, é para que a região, o NORTE de Minas, possa perceber que ainda que se encontre esquecida, abandonada e entregue a própria sorte, não possa ter sido escolhida como bode expiatório das Minas do sistema.
lamentavelmente, o GERAES, parte constituinte do estado de Minas Gerais, reclama, com toda razão, identidade, sob pena de, amanhã, poder caminhar com as próprias pernas.
(*) Jornalista