A implantação do projeto hidroagrícola Jequitaí é um das ações empreendidas pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) em Minas Gerais. A empresa, que está completando 49 anos nesta semana, atua em 343 municípios mineiros, abrangendo as bacias hidrográficas dos rios São Francisco, Pardo, Jequitinhonha, Mucuri e Araguari. O novo empreendimento se insere em um contexto regional de desenvolvimento, associado a outros projetos implementados pela Companhia no estado, como Jaíba, Pirapora e Gorutuba.
De acordo com informações da Área de Desenvolvimento Integrado e Infraestrutura da Codevasf, está prevista, para o segundo semestre deste ano, a publicação de edital para Concessão de Direito Real de Uso (CDRU) de áreas públicas para viabilizar obras e serviços necessários à infraestrutura do Jequitaí, além de ocupação e exploração das terras.
O projeto prevê a construção de dois barramentos: um para armazenar um volume estimado em mais de 500 milhões de metros cúbicos de água, e outro para possibilitar a distribuição de água para os canais de irrigação e regularizar a vazão do rio Jequitaí, permitindo o controle de cheias e evitando a inundação de áreas propícias à agricultura.
Além disso, inclui a construção de um reservatório de água para garantir segurança hídrica a 19 municípios da região; a geração de 20 megawatts de energia e o aproveitamento agrícola por meio da irrigação, além de propiciar áreas para lazer, turismo, piscicultura e outras atividades.
Com a CDRU das áreas públicas, segundo a Área de Desenvolvimento Integrado e Infraestrutura da Codevasf, o parceiro privado deverá investir cerca de R$ 1,5 bilhão, que abrangerá a conclusão das obras da Barragem I, a construção da Barragem II e do canal de irrigação do rio Jequitaí, a fim de permitir a regularização da vazão do rio e o aproveitamento do potencial hidrelétrico para consumo no âmbito do próprio projeto e a comercialização do excedente, assim como a própria implantação, operação e manutenção da infraestrutura de irrigação e a ocupação e exploração de terras.
Benefícios
O Vale do Jequitaí, que fica entre as serras do Espinhaço e da Onça, no Norte de Minas Gerais, é um dos lugares com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do estado. Com a implantação e conclusão do projeto Jequitaí, a população será beneficiada com abastecimento de água, potencial de energia elétrica e irrigação.
A área de influência direta do empreendimento envolve 12 municípios mineiros, beneficiando uma população em torno de 600 mil pessoas nos municípios de Claro dos Poções, Engenheiro Navarro, Francisco Dumont, Jequitaí, Lagoa dos Patos, Várzea da Palma, Pirapora, Buritizeiro, Coração de Jesus, Joaquim Felício, Bocaiuva e Montes Claros.
A área total do projeto é de cerca de 23,7 mil hectares, sendo 1,8 mil hectares de Área de Preservação Permanente; 4,5 mil hectares de Área de Reserva Legal e 17,4 mil hectares de área útil, das quais 10,2 mil são irrigáveis.
A estimativa é que, quando concluído, o projeto hidroagrícola Jequitaí deverá produzir mais de 350 mil toneladas de alimentos por ano, gerando em torno de 100 mil empregos diretos e indiretos.