O Turismo e o Sertão que Conheço

Por Aurélio Vidal

Sempre enxerguei o turismo como a eterna arte de caminhar além das fronteiras do nosso próprio quintal. Desde os primórdios da humanidade, viajar foi um gesto de troca, curiosidade e sobrevivência. Com o tempo, tornou-se cultura, lazer, status e, hoje, movimento de massa que transforma economias e destinos.

A história nos fala de nobres europeus cruzando fronteiras em busca de saber; de Thomas Cook abrindo as portas para as primeiras viagens organizadas; da Revolução Industrial moldando transportes, rotas e sonhos. E, mais tarde, da explosão de um turismo coletivo que, nas décadas de 1960 e 1970, passou a preencher praias, montanhas e vales, redesenhando o mapa da aventura humana.

Mas é no meu sertão, no coração do norte de Minas, que descubro a essência viva dessa prática ancestral. Aqui, o turismo não é apenas consumo — é encontro com raízes, histórias e paisagens que falam ao espírito. O Rio São Francisco, que serpenteia o nosso chão, é mais que curso d’água: é roteiro de vida e cultura. As veredas e o cerrado, os cânions e cavernas do Peruaçu — agora patrimônio da humanidade — revelam ao visitante que a natureza também é mestra e anfitriã.

Acredito que o turismo de base comunitária sustentável pode ser uma alternativa concreta e transformadora para a região. “Há mais de quatro décadas sigo desbravando os caminhos do nosso sertão. Aqui, no encontro com o Velho Chico, registro a essência da cidade que carrega o mesmo nome do rio da vida.”

Conheço cada dobra desse território e sei que o futuro do turismo passa por valorizar o que temos de mais autêntico. Nosso sertão guarda riquezas que não cabem em pacotes prontos: estão no olhar acolhedor do povo, no som das violas, na culinária de quintal e na memória que resiste nas comunidades. É essa experiência que quero compartilhar: um turismo que emociona, respeita e transforma.
Nos caminhos do sertão norte-mineiro, onde cada vereda guarda um tesouro e cada povoado respira história, é preciso mais que encanto: são necessários investimentos sólidos para estruturar espaços, valorizar os pequenos municípios e transformar sua riqueza em oportunidade. Assim, o sertão pode consolidar-se como rota turística de alma e identidade, capaz de encantar até os olhares estrangeiros que aqui buscam o Brasil mais verdadeiro.

Um modelo onde são os próprios moradores que acolhem, orientam e compartilham suas vivências com os visitantes. Visitando Rio de Peixe – Botumirim – MG

Faça seu roteiro e descubra novos caminhos. Visite o sertão norte mineiro!

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