Por Aurélio Vidal
O sertão norte-mineiro, terra de contrastes e de resistência, também abriga um mar verde que se renova a cada ciclo: as florestas cultivadas de eucalipto. É nesse cenário que nasce a Expedição Silvicultura, um projeto que se lança ao Brasil para decifrar os segredos e a grandiosidade de nossas florestas plantadas.
Hoje, em Belo Horizonte, na Fundação João Pinheiro, será dado o primeiro passo de uma jornada que percorrerá 40 mil quilômetros em 14 estados brasileiros entre setembro e novembro de 2025, realizando o maior levantamento sobre florestas plantadas no Brasil para gerar dados inéditos sobre produtividade, manejo e desafios da produção florestal. A iniciativa, que também inclui eventos regionais para conexão com o setor, tem o apoio de mais de 40 entidades do setor florestal.
A silvicultura, muitas vezes invisível aos olhos apressados, é a arte silenciosa de transformar terra em futuro. Ela dá origem à madeira que sustenta lares, ao carvão que aquece famílias, aos painéis e pisos que revestem histórias. É uma atividade que não apenas alimenta a indústria, mas também enraíza desenvolvimento e oportunidades onde antes havia apenas o desafio do clima e do solo.
Minas Gerais, guardiã da maior área de florestas plantadas do Brasil, será a protagonista deste levantamento. E é no Norte do Estado, em meio a serras e chapadões, que a silvicultura se revela em toda a sua potência: o eucalipto, bem adaptado ao relevo e à mecanização, cobre vastidões que, vistas do alto, parecem oceanos verdes a perder de vista.
Mais que números, a Expedição Silvicultura busca entender histórias, tendências e esperanças: os custos de produção, as expectativas dos produtores, a confiança de um setor que se reinventa diante das novas demandas do mundo.
Sob a liderança da Canopy Remote Sensing Solutions, em parceria com a Embrapa Florestas e instituições de peso do setor, a expedição nasce como uma ponte entre a ciência e a prática, entre o satélite e o chão da roça, entre a estatística e a vida real dos que plantam e colhem.
A silvicultura, que já foi apenas coadjuvante no sertão, hoje se ergue como sinônimo de esperança, trabalho e futuro sustentável. Cada árvore que desponta no horizonte carrega em si a prova de que o sertanejo, resiliente e visionário, sabe transformar a terra árida em riqueza verde, reafirmando o Norte de Minas como território de resistência e prosperidade.
O evento de hoje, na Fundação João Pinheiro, reunirá o secretário de Agricultura, Talles Fernandes, e representantes de órgãos do Governo de Minas ligados ao agronegócio — setor que tem recebido atenção especial e investimentos estratégicos do governador Romeu Zema e do vice Mateus Simões.