Por Aurélio Vidal – Jornalista
Foram dois dias intensos em Montes Claros. Estive presente no 3º Congresso de Inovação, Tecnologia e Sustentabilidade para a Gestão Pública (CINTECS), realizado pelo Codanorte em parceria com o Sebrae, e confesso: saí de lá com a sensação de que o Norte de Minas está escrevendo uma nova página na sua história de desenvolvimento. Mais de 3 mil pessoas participaram desta edição, que se consolidou como o maior evento de inovação da nossa região.
Logo na abertura, o evento já mostrou sua essência: a valorização da cultura local. Vi o personagem Boiadeiro Catrumano, na interpretação do professor Leonardo Alves, dar vida à identidade sertaneja. Acompanhei o Grupo Folclórico Fitas, a voz encantadora de Agnes Brito e a energia da dupla Sérgio e Rodrigo. A noite ainda foi marcada pelo humor inteligente de Rafael Cortez e pela palestra vibrante de Rick Chesther, que fez a plateia refletir sobre propósito, superação e atitude.
Na solenidade oficial, o presidente do Codanorte, Miguel Felipe, destacou a importância do congresso, lembrando que o CINTECS cresce a cada edição, reunindo conhecimento, soluções e debates necessários para os municípios. E, de fato, o que vi ali foi uma verdadeira arena de ideias e reflexões, com pesquisadores, empreendedores e gestores públicos discutindo os caminhos que podem transformar a realidade das nossas cidades.
Um momento de grande emoção foi a homenagem prestada à engenheira ambiental Patrícia Mendes, que esteve entre as organizadoras do congresso e que nos deixou há sete meses. Sua memória foi celebrada como símbolo de dedicação e amor ao trabalho, arrancando lágrimas de muitos que acompanhavam a cerimônia.
No segundo dia, a programação se multiplicou em cinco palcos simultâneos: Mandacaru, Flor do Cerrado, Flor de Pequi, Flamboyant e Ipê Amarelo. Cada um deles trazendo temas estratégicos — da Nova Lei de Licitações ao saneamento, da saúde à inovação tecnológica, da educação ao turismo. Mais de 60 palestrantes compartilharam experiências e soluções, em um verdadeiro mergulho no conhecimento.
Também percorri a Mostra Científica, com mais de 40 trabalhos apresentados por estudantes e pesquisadores. Vi jovens cheios de esperança e criatividade, acreditando que o Norte de Minas pode ser um celeiro de inovação. A oficina de educação ambiental, com crianças experimentando pintura, jogos e até um planetário, foi outro momento que me tocou. Era o futuro literalmente em formação.
A Feira de Negócios trouxe 30 expositores, que apresentaram produtos e serviços voltados para melhorar a gestão e a vida nos municípios. Ali, mais uma vez, percebi que inovação não é apenas tecnologia de ponta: é também criatividade, solução prática e vontade de transformar.
O encerramento reuniu presidentes e secretários executivos de consórcios, onde foram celebrados resultados e premiadas as melhores práticas por meio do Prêmio Patrícia Mendes, reforçando a ideia de que inovação precisa caminhar junto com compromisso social.
As melhores práticas foram premiadas com o Prêmio Patrícia Mendes
E, como todo grande encontro merece um final à altura, a música tomou conta do espaço com os shows de Maria Gadú e da banda Gruda e Mexe, que levantaram o público e deram o tom festivo da despedida.
Saí do CINTECS com a certeza de que este evento já não é apenas do Codanorte. Ele é um patrimônio do Norte de Minas, uma vitrine que mostra o potencial da nossa gente e a força da inovação como ferramenta de transformação social. Montes Claros foi palco, mas a inspiração se espalhou para todos os cantos do sertão mineiro.
O CINTECS 2025 não apenas reuniu pessoas. Ele uniu sonhos, propósitos e soluções para um futuro que já começou a ser construído aqui, no coração do nosso território.