Eu não consigo me calar diante de mais uma burrada do governo brasileiro, que insiste em abrir as pernas para a China e entregar, de bandeja, as nossas maiores riquezas. Dessa vez, a vítima foi o níquel, insumo estratégico para o futuro da indústria mundial, usado em baterias, carros elétricos e aço inoxidável.
A Anglo American vendeu suas minas no Brasil para a MMG, braço da estatal chinesa China Minmetals, por meros US$ 500 milhões. Até aí, já é um absurdo. Mas o escândalo fica maior quando se descobre que havia uma proposta de US$ 900 milhões feita por um grupo turco-holandês, a Corex Holding. Ou seja: aceitaram menos, para favorecer os chineses. Me digam se isso não fede a negociata?
Na imagem, a operação de níquel da Codemin, em Niquelândia (GO) — agora sob o controle da estatal chinesa MMG. Com a transação bilionária, a China passa a dominar cerca de 60% de toda a produção nacional de níquel, um insumo estratégico para baterias e carros elétricos. Mais uma riqueza brasileira entregue ao capital estrangeiro, enquanto o sertão mineral segue ameaçado.
Com o negócio, os chineses passam a controlar 60% da produção de níquel no Brasil. Sessenta por cento! Isso não é só negócio, isso é entrega descarada da nossa soberania mineral. É assinar, em letras garrafais, que o Brasil não manda em seu próprio solo.
E quem está de olho? O Incra já levantou que pode ter violação de leis sobre compra de terras por estrangeiros. A Corex levou a denúncia até o Cade e à Comissão Europeia, alertando para concentração de mercado e riscos à segurança de fornecimento. Até os Estados Unidos, que nunca perderam oportunidade de se meter em tudo, reagiram. O Instituto Americano do Ferro e do Aço pediu ao governo Trump que pressione o Brasil a rever o acordo. Veja só: até lá fora estão preocupados com a dependência da China. E nós aqui? O nosso governo silencia.
Enquanto isso, o nosso sertão norte mineiro, riquíssimo em minérios, fica na rota desse apetite insaciável. Hoje é o níquel de Goiás, Pará e Mato Grosso. Amanhã, quem garante que não será o ferro, o lítio, o nióbio e tantas outras riquezas que brotam do chão do nosso sertão? Estamos diante de um perigo real: o de ver a nossa terra, que deveria gerar desenvolvimento para o nosso povo, ser explorada até o talo por interesses estrangeiros, sem que sobre nada para as futuras gerações.
Foto: Nova Aurora, em Rio Pardo de Minas. Enquanto isso, o nosso sertão norte mineiro, riquíssimo em minérios, fica na rota desse apetite insaciável. Hoje é o níquel de Goiás, Pará e Mato Grosso. Amanhã, quem garante que não será o ferro, o lítio, o nióbio e tantas outras riquezas que brotam do chão do nosso sertão?
A Anglo American se justifica dizendo que vai “focar em cobre, ferro e nutrientes agrícolas”. A MMG, por sua vez, posa de boazinha, prometendo cumprir exigências regulatórias e trazer benefícios para comunidades locais. Balela! Conversa fiada! O que está em jogo aqui não é promessa de empresa estrangeira, mas a entrega do controle das nossas riquezas estratégicas para um governo estrangeiro.
Dói no peito ver o Brasil se curvar desse jeito. Dói mais ainda saber que estamos arriscando o futuro do nosso povo por causa de governantes que não têm coragem de proteger a soberania nacional. Se o sertão mineiro pudesse falar, gritaria alto: não entreguem o nosso solo, não vendam a nossa dignidade!