Por Aurélio Vidal
O Paraguai já desponta como o principal destino de brasileiros na América Latina — e o terceiro no mundo. Com educação acessível, custo de vida mais barato e um ambiente de negócios que estimula investimentos, o país tem atraído desde estudantes em busca de oportunidades até empresários e produtores rurais decididos a empreender em solo mais favorável.

Nos últimos anos, um movimento silencioso — mas crescente — tem redesenhado o mapa produtivo do nosso continente: a migração de produtores rurais brasileiros para o Paraguai. Não é um fato isolado. É consequência direta de um ambiente interno cada vez mais hostil, na percepção de grande parte do setor.
Enquanto muitos produtores no Brasil afirmam sentir-se pressionados, rotulados e desestimulados por um clima político que, segundo eles, criminaliza e desconfia do AGRO, o Paraguai surge como um convite aberto. Um país que entendeu o valor da agricultura como motor de desenvolvimento e que decidiu apostar todas as fichas na geração de riqueza via campo.
Lá, os incentivos são concretos:
• Tributação simplificada e estável.
• Segurança jurídica percebida como mais previsível.
• Políticas agrícolas voltadas para atrair investimento externo.
• Liberdade para produzir, mecanizar, investir e expandir.
• Custos de produção mais baixos, especialmente em mão de obra, energia e burocracia.
O resultado?
Uma verdadeira leva de brasileiros atravessando a fronteira em busca de sobrevivência produtiva — e também de dignidade. Muitos afirmam que, no Brasil atual, o desgaste político e ideológico tem transformado o produtor rural em vilão, criando um ambiente de instabilidade e incerteza que se reflete diretamente no planejamento das safras.
No Paraguai, o discurso é outro: produzam, cresçam, invistam. O campo é tratado como aliado do desenvolvimento, e não como obstáculo ideológico. Não à toa, cidades paraguaias antes discretas começam a ganhar maquinário novo, silos modernos e comunidades inteiras de agricultores brasileiros reconstruindo seus sonhos por lá.
É um fenômeno que deveria acender um alerta vermelho por aqui. Porque quando o produtor — responsável direto pela alimentação, pelas exportações e por uma fatia gigantesca da economia nacional — começa a fazer as malas, não é apenas um problema do AGRO. É um problema do Brasil.
Cada dia que passa, o homem do campo sente mais o peso da opressão. Produtores relatam perseguição, expulsões forçadas e um ambiente hostil que trata quem alimenta o país como inimigo. Há denúncias e relatos de posseiros sendo removidos e rebanhos apreendidos sem transparência, enquanto o governo segue alinhado a agendas externas que nada têm a ver com a realidade do nosso agro. O campo brasileiro está cansado — e grita por respeito.
E enquanto muitos sentem que as portas se fecham deste lado da fronteira, o Paraguai segue abrindo janelas. E, pelo visto, muita gente está atravessando para o lado onde o sol parece brilhar com mais liberdade.




