Américo Martins nasceu em 4 de Março de 1890, na cidade de Jacaracy, no estado da Bahia. Filho do Capitão José Martins Ribeiro e Dona Etelvina Cangussú Baleeiro Martins.
Talvez herdando a fibra dos seus pais, Américo era um homem resoluto e de atitudes firmes. Segundo informes de pessoas de sua família, teve ele que enfrentar a luta desde os seus doze anos de idade. Para melhor êxito das suas pretensões, ainda moço, procurou, em sua terra, o Padre Guilhermino, a quem se ligava por laços de parentesco, para pedir-lhe um emprego. Por incrível que pareça, foi nessa época, quando ainda imberbe e inexperiente, que lhe foi confiado um “lote” de burros (dez animais) para fazer o comércio ambulante entre Vila Duas Barras e Lençóis do Rio Verde (hoje Urandí e Espinosa). Os lucros eram diminutos, chegando a ganhar um tostão na venda de um saco de farinha.
Homem de aventura, não deixava de ter suas ambições para progredir.
Daí veio o desejo de adquirir a tropa e fazer o comércio por conta própria. Imaginando a dificuldade que lhe parecia intransponível, de conseguir o numerário e condições para a compra, resolveu fazer promessa ao Senhor Bom Jesus da Lapa, em que consistia ir à cidade onde está situada a Basílica do miraculoso santo, para, em três dias seguidos, varrer e limpar o sagrado templo. Efetivamente, o resultado não se fez esperar. O Padre, vendo como eram conduzidos os negócios do seu protegido, não teve dúvidas em vender-lhe a tropa em boas condições e bom prazo. (veja foto)
Posteriormente, vendeu o lote de burros e, com o produto, ingressou no comércio ambulante de jóias. Assim, visitando diversos lugares, chegou até Vila Brasília, onde encontrou bom campo, principalmente entre os fazendeiros da região, com os quais achava mais fácil transacionar. Conversador e bastante insinuante, sabia convencer o freguês que, raramente deixava de comprar-lhe uma peça, mesmo que fosse apenas um par de brincos ou um anel.
Desde quando ali aportara, se revelou um bom negociante. Exerceu, não só a profissão de joalheiro, mas, também, outros comércios, inclusive de tropa, para a qual tinha encarregado de confiança. Foi negociante estabelecido com o comércio de fazendas, ferragens, armarinhos e outros artigos. Deu ao seu estabelecimento o nome de “Empório 4 de Março” (dia do seu aniversário).
Espírito empreendedor, como ia disse linhas atrás, Américo Martins tinha iniciativas arrojadas. Foi o primeiro a adquirir um caminhão “Chevrolet”, recebido na Vila, então, com discurso e música, como um acontecimento marcante no lugar. Foi um dos grandes fazendeiros da região, explorando, em larga escala, o comércio de gado.
Posteriormente, anos depois, transferiu com sua família para Montes Claros, onde educou os filhos, quando então, adquiriu a Fazenda Rocinha, nas proximidades de Bairro Jaraguá.
Nesta região, foi o pioneiro a trazer o primeiro TELEFONE, a primeira Rede de Energia Elétrica, o primeiro Poço Tubular, benfeitorias que tinham como ponto final, a sede da sua Fazenda Rocinha.
Paralelamente, tempos depois, iniciou o primeiro Posto de Combustível (o atual Posto da Produção), que funcionava em anexo, Armazém, Restaurante e Hotel.
Além deste comércio e atividades rurais, AMÉRICO MARTINS, atendendo o pedido de sua nora Rosângela Veloso Assis Martins, iniciou a construção da Escola “Américo Martins”, o qual foi o primeiro educandário desta Região de Montes Claros.
Quando no témino das obras fez a doação ao Município, através do Prefeito Antônio Lafetá Rebello.
É de deixar gravado, que sua nora Rosângela, foi a Primeira Coordenadora desta escola.
Anos depois, transferida para o Bairro Jaraguá I, já sob a administração do Governo Estadual, promoveu e pratica excelente educação a milhares de alunos que aqui passaram, realizando desta forma o sonho de AMÉRICO MARTINS, sertanejo que em toda sua vida (faleceu em junho de 1968), tornou-se em realidade seus sonhos progressistas, em benefício de diversas comunidades por onde passou.
*Américo Martins Filho