AURÉLIO VIDAL: UMA HISTÓRIA DE VIDA

(*) Marcelo Valmor

A FORMAÇÃO DO HOMEM

Aurélio Vidal, ex mascate, jornalista e promotor de eventos é natural de Montes Claros (MG), casado, pai de dois filhos, avô de três netas lindas. Filho de uma costureira e um chapa de caminhão, começou a trabalhar ainda muito novo. Aos 9 anos de idade já engraxava sapatos na rua Coronel Joaquim Costa (próximo ao antigo mercado municipal), no centro de Montes Claros. Logo, passou a comprar garrafas e litros para vender na antiga Corby. Aos 12 anos teve o seu primeiro emprego na Mercearia de Domingos (antiga rua Sete do bairro Major Prates), aos 13, sua carteira foi assinada no Cereais Vicentino, também na rua Joaquim Costa.

A PAIXÃO PELO SERTÃO NORTE-MINEIRO

Sua relação com a região norte-mineira se deu bem no inicio da década de 1980, em algumas viagens de trabalho quando iniciou na sofrida, mas gratificante e importante profissão de mascate. “Posso dizer que já passei por todas as cidades que compõe o Norte de Minas e parte do vale do Jequitinhonha. Viajei também por diversos estados brasileiros”, ilustra Vidal.

No ano de 2002, ele entrou para o mundo da comunicação, quando buscou pautar o Major Prates, seu bairro, com o objetivo de mostrar que ele não era um local pobre e marginalizado. “Consegui provar que era um lugar lindo, rico e amplamente socializado”, afirma.

E foi aqui mesmo, após ingressar na imprensa que resolveu pautar também sobre este pedaço do sertão, o sertão norte-mineiro. Os bons tempos de mascate foi a inspiração que encontrou para relatar suas “andanças”, como ele próprio define suas viagens pela região. “Retratar alguns desses lugares e os importantes personagens ao qual tive o imenso privilégio de conhecer ao longo desta “estrada”. Essa foi, é e sempre será minha determinação”, conclui.

Por outro lado, ele sempre gostou de fotografar, e apesar de nunca ter se especializado na área, fez muitos registros interessantes e importantes de toda a região. “Imagens que as vezes se perderam no tempo ao se desgastarem do papel, outras muitíssimo bem guardadas no meu PC, mas que nunca saíram da minha memória”, relembra.

Todos os lugares, cidades, povoados e “currutelas”, as quais teve a felicidade de passar estão bem vivas na sua memória. Muitos dos personagens com os quais travou contato jamais foram esquecidos, estando eternamente gravados nas suas lembranças. “Vivi experiências diversas, momentos mágicos e alegres, apesar de que em sua maior parte foram trabalhos desgastantes e muito cansativos”, explica Vidal.

AS 3 PAIXÕES: A FAMÍLIA, O BAIRRO MAJOR PRATES E O “GRANDE SERTÃO” NORTE-MINEIRO

Três paixões movem Aurélio Vidal vida afora: sua família, seu querido bairro Major Prates e o sertão norte-mineiro, que assim como o escritor Guimarães Rosa, trata afirmativamente como o “Grande Sertão”

A PRESENÇA DA COMUNICAÇÃO (JORNALISMO) NA SUA VIDA

Depois de uma repentina mudança profissional no ano de 2002, quando entrou definitivamente para o mundo da comunicação, acabou por ampliar os laços de amizades e ganhar um importante espaço no meio da imprensa regional, sempre buscando estabelecer trabalhos em prol do coletivo, da comunidade. “Tento valorizar nossa terra, nosso povo, as nossas referências e principais valores. Enfim, sempre buscando dar o devido valor e buscando estabelecer o reconhecimento para o norte das Minas Gerais. E em um dado momento, me veio a ideia de o quanto seria bacana eu retornar aos lugares por onde passei grande parte da minha vida nos bons tempos de mascate e buscar retratá-los de uma forma especial. Bem diferente da qual normalmente é apresentada lá fora”, sonha.

Somando o tempo de mascate e a comunicação, já são quatro décadas de caminhadas, sempre conseguindo conciliar bem cada hora, cada minuto e cada segundo vivido nas estradas, e em cada lugar por onde passou, e sempre com muito respeito e admiração ao nosso povo, estabeleceu muitas amizades e foi sempre bem acolhido também. “Confesso que estou sempre disposto a voltar para contribuir com as mobilizações pró coletividade, defender o nosso povo (principalmente o sertanejo) e seguir escrevendo novos capítulos na minha humilde história de vida”, conclui.

(*) Professor e Jornalista

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