Nascida em Francisco Sá, residente em Montes Claros e cidadã do Norte de Minas, Amelina Fernandes Chaves fez passagem para o infinito nesta segunda-feira (22), aos 93 anos. Membro da Cadeira nº 27 da Academia Montes-clarense de Letras sua apresentação se deu pelas mãos do amigo e escritor Wanderlino Arruda, que destacou Amelina como “uma escritora de muitos talentos “.
Desbravadora, Amelina Chaves, autora de mais de 30 livros, mãe, avó e bisavó, quebrou correntes tradicionalmente impostas às mulheres e mostrou que a mãe, avó, dona de casa e esposa amorosa conviviam em perfeita harmonia com a escritora que abordava temas como sexo, feminismo, homossexualidade e tantos outros agora recorrentes, mas “proibidos” à época. O seu livro campeão de vendas continua sendo “O Andarilho do São Francisco”, levado ao teatro, um segmento que, segundo afirmou em entrevista, merece mais apoio do poder público.
Escritora, pesquisadora, poetisa, contista, artesã, produtora cultural e membro da Academia Montes Clarense de Letras, D. Amelina Chaves se auto intitulava uma sertaneja nata.
Com a sua conhecida gentileza, D. Amelina também abriu as portas de sua casa para compartilhar conosco suas memórias de Montes Claros do tempo que segundo ela não havia automóveis na cidade, “Todo o transporte era feito em lombo de burro”.
“Escritora oriunda de família simples e dona de rara sensibilidade, tinha a liberdade de falar o que lhe vinha à cabeça sem se preocupar com os preconceitos, sem se preocupar com o que os outros iriam pensar dela”, Relatou o amigo Dario Cotrim, Memorialista e membro do IHGMC.