(*) Aurélio Vidal
É com muita tristeza que constato uma situação lamentável e, também, inaceitável. Estou falando da minha visita ao município de Rio Pardo de Minas, nesta semana, quando fui atrás de conhecimento sobre uma ocupação abusiva e desrespeitosa por parte de algumas pessoas que se dizem militantes do MST – Movimento dos Sem Terras, ocorrida no dia 22 de julho de 2023.
A área que foi invadida é propriedade do governo do Estado e está alugada para uma cooperativa local que já produz, nela, há mais de 16 anos. Uma área com cerca de 500 hectares, com documentação de posse legalmente concedida pelo Estado, recibos de pagamentos dos aluguéis em mãos, gerando emprego para várias pessoas e com suas carteiras de trabalho devidamente assinadas.
Ainda assim, um bando de pessoas que se intitulam como sendo do Movimento dos Sem Terras se sentiram no direito de invadir e assumir a posse do lugar. O que causa estranheza é que há pelo menos outras áreas totalmente desocupadas e que também pertencem ao governo de Minas, bem ao lado. Mas os invasores querem é exatamente a que já tem benfeitoria, expressando muito mais uma briga por interesse da matéria prima plantada do que uma disputa por terra. O local invadido, e que já tem investimento aplicado pela cooperativa e sem nenhum financiamento de governo, está produzindo carvão proveniente do reflorestamento de forma legal e com todas as licenças e alvarás aprovadas. Além disso, a área recebe a devida manutenção e já está preparada para uma nova brota que irá crescer e gerar outro corte. E pelo que se percebe, é nesse investimento que os ocupantes estão de olho, além de fecharem a entrada de acesso, não permitindo mais que os funcionários da Cooperativa continuassem trabalhando.
Além do prejuízo causado aos associados, que são empreendedores na cidade de Rio Pardo de Minas, o transtorno também gira em torno dos funcionários que estão revoltados e temerosos em perder seus empregos.
Em conversa com um dos diretores, obtivemos a informação de que a Cooperativa segue pagando os salários dos funcionários que estão parados há dias. Mas, já adiantaram que se nenhuma providência for tomada o mais rápido possível por parte da justiça, eles não terão outra alternativa a não ser a dispensa daqueles pais de família.
A população e o comércio local também carregam o sentimento de indignação pelo fato ocorrido, além da profunda insegurança gerada na cidade.
É tão complexa a situação que até crimes de roubos a caminhões e assaltos a sitiantes estão ocorrendo nas proximidades da área onde ocorreu a invasão, assustando e atemorizando as pessoas.
(*) Jornalista